quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dualidade


O céu para e eu passo
Como a Lua em sonho
É Novembro ou Março?
Já não há mais céu risonho
Permito-me brincadeiras
Permito-me apenas
rir como criança besta
das galinhas sem penas
Lua e céu parados
Eu ao teu lado
Risadas e lágrimas
Dentro de mim
Calado

Ricardo - 08 de Novembro de 2011 - Voando

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sem destino


Carros passam todos os dias
nos mesmos caminhos, nos mesmos horários
carros e mais carros resolvendo as “coisas da vida”
Resolvendo os problemas que criaram
menos o tempo, que se passa nesse vai e vem
A vida passa em carros e na rotina
As distâncias encurtam, chegamos mais rápido
Chegamos aonde meu Deus?
Se nem sabemos onde ir
Pra que tanto carro meu Deus, diria Drummond
Pra que tanta vida meu Deus?
Para passá-la em carros?
Deito-me na grama, esqueço os carros
Enquanto esquecem-se de mim

Ricardo, Tarde de 17 de Outubro de 2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Gente desprezível


Faria bem alguém que
Mostrasse que há cadeiras de madeira
E não apenas sofás
Que fuma-se fumo de corda e cigarros baratos
E não apenas as marcas conhecidas
Por você
Que é possível ir a quase qualquer lugar
De ônibus urbano ou intermunicipal, interestadual
E não apenas de aviões e carros com ar condicionado
Que come-se o que se tem, o que se pode
E que há sabor
E não apenas refeições com entradas e saídas
Feitas por pessoas brancas
Que sente-se dor e não há remédio
Apenas filas de dor

Faria bem a você depois de viver onde não vive
Saber ainda que há pessoas que nem isso tem
Faria bem a você
Mas não a eles

Ricardo - Manhã, 20 de Setembro de 2011

domingo, 18 de setembro de 2011

Alguma poesia


Já me basta uma poesia
Jamais realizaria tua fantasia
Ilusões me entorpecem demais
E talvez as suas sejam mais
Sinto só a música, este embalo
E me vou princesa
Meu beijo seria rude, incerteza
Já sinto tua falta na mesa
Aquelas ilusões que ouvia dos teus lábios
Mágica de ventos que se vão
Maldita consciência, maldito pelo meu coração
Sempre os mesmos “sonhos de uma noite de Verão”

Ricardo

sábado, 13 de agosto de 2011

À La Bukowski


Encontrei ela meio sem querer
Quando já estava cansado
de encontrar mulheres sem querer
Não me atirei, fiquei na minha
Mas como todos se atiravam
Vi que havia algo ali
Já a havia observado
No mínimo era experta
E era muito mais
Pedi permissão
Ela cedeu
Trocamos emails
Uma foto e uau...
Mas fiquei na minha
Sendo eu
Já estava cansado
de encontrar mulheres sem querer
Acabei querendo-a tanto tanto
Que nunca iria imaginar,
mas eu já sabia

Ricardo

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Perder (ou ganhar)

O amor
mais elaborada ilusão
A paixão
ilusão explícita
O amor vai e vem
Não neguem amores
Eles se vão


Os mais “conscientes”
protegem-se
De que?


As probabilidades
estão contra você
Estão contra todos
Mas esse é o jogo
Há de se jogar
E não há muito
o que perder


Escolha as melhores cartas
ou as menos piores
Mas não deixe de jogar
Perder é o corrente
Ganhar exceção
Mas se você não joga
Quais serão tuas chances?


Tentativa e erro
Até o acerto
E, ah todos sabem
Há os acertos
Belas ilusões
Não jogar
é perder sempre


Prefiro arriscar
Prefira arriscar
Prefira ilusões
Quem garante
que são ilusões?


A mais bela de todas
Ela comigo

Ricardo – 03/06/2011 - manhã

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Logo

Logo eu que não morro
Chegou tão perto de mim
Tão longe
Logo eu que sou injusto
Com a vida que me dão
Quanta arrogância
Logo eu que não ligo
Assustado como passarinho
Pula pula voa
Logo eu que não vou
Venha então
Aqui estou


bardo