segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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Como da janela
Observo e observo
Paisagens semelhantes
Tudo tão semelhante
Eu sempre aqui
A observar
Aos poucos desaparecendo
Como tantos
Que desaparecem na vida
Pois já não servem à ela
As peças já não se encaixam
E nem os pombos desejam mais voar

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sinais

Novamente
Levantam-se as bandeiras
Todos os avisos
Estavam por aí
Todos eu li
Senti, e sinto
Toda essa insuficiência
Essa incapacidade
Esse vazio
Do porvir


bardo 21/09/2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Círculos

Você me usou
Eu te usei também
Usados ficamos
Novos para alguém

domingo, 12 de setembro de 2010

Mimado

Sou tão carente, tão carente
Tão egoísta, egoísta
Que repito as palavras
Para parecer artista

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Onde

Onde escondo
Não meu sorriso
Minha poesia e piadas
Meu altruísmo idealista



Onde escondo
Não minha foto de porta retrato
Minhas lágrimas sensíveis
Meus sonhos impossíveis

Onde escondo
Não minha vontade de viver
Cantar a vida em gargalhadas
Minha tranquilidade e risadas


Onde escondo
Não minha máscara maquiada
Minha generosidade explícita
Minha roupa amassada


Onde escondo
Essa sombra em mim
Esse grito ensurdecedor
Dor que arde julgando
O vômito e o mau cheiro
Essa desilusão contagiante


Onde escondo
A descrença e mau-humor
A impaciência passiva
Essa rotina amotinada
desregrada, desregulada


Onde posso esconder
Esse perdedor em mim
O desistente
O pessimista
O artista mentiroso

Onde escondo
Minha monstruosidade
Essa falta de vontade
Os saltos no abismo
O abismo
Consciência de sadismo
Desejo de suicídio


Onde posso me esconder
Para ser eu

Quando quero
E não quando me olhas

bardo, 24/10/2008

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Como da janela
Observo e observo
Paisagens semelhantes
Tudo tão semelhante
Eu sempre aqui
A observar
Aos poucos desaparecendo
Como tantos
Que desaparecem na vida
Pois já não servem à ela
As peças já não se encaixam
E nem os pombos desejam mais voar

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

All in

Nesse calor
dessa noite
como outras
resume-se

encurta-se
encurta-me-ia eu
assim
sem fim?

Dessa distância
de mim
de você
suas fantasias

nesses enganos
que me apresenta
imaginando
sonhando

ingenuidade plena
cabe a mim
saber o que sou
o que fui

mas tornei-me assim
como fosse
eu
que me dizia

num momento
naquele parque
perdido
passado

assim aloucado
como sou e fui
abril passou
resta o que ficou

como azul
faz parte
da noite escura
vida dura

apaixonado, na sua
mergulho aos poucos
como loucos
que pulam sem medo

arremedo, sem jeito
imperfeito
como a perfeição
que é a coisa

a vida é assim
coisas que não se sabe
beijos de paixão
nada importa, all in