sábado, 15 de maio de 2010

Alucinados

Continuavam sem destino
Apressados se esgueirando
Entre postes e as pontas
Sempre, sempre em movimento


Cuspiam a poeira
Pelo atrito gerada
Do corpo com o vazio
Da velocidade com o imóvel


Os espaços vazios, contorcidos
Assustados e em silêncio
Curvavam-se em desespero
Diante dos corpos desconhecidos


Os parados que ali estavam
Eram poucos embasbacados
Alienígenas de outro tempo
Nada sentiam, pouco notavam


As paredes imundas à volta
Ninguém as via, será existiam?
O que importava
Nada percebiam


Alucinados em seus mundos
Mundos imaginários
De importância máxima
E realidade mínima


Roteiros dos próprios filmes
Cenários, figurino, coadjuvantes
Protagonistas do vazio
Das próprias vidas


Passageiros
Vai e vem, volta e revolta
Utopias vazias
Azia


Alucinados pelo fim
Sem meios, nem freios
Velocidade, velocidade
O tempo corre, atendendo a pedidos


Amor perfeito
Viagem Paris
Fast Food enobrecido
Fim sem sentido

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