domingo, 9 de maio de 2010

Conveniência

Atrás de uma nova mentira
Uma ilusão conveniente
Mudam-se as roupas, as cores
Mas nada muda
Nem suas lágrimas
Que continuam escondidas
Teu grito calado continua mudo


Muda-se a peça, e os atores
A nova ilusão dos aplausos
Que com o tempo se vão
Eu e o meu amor tão vãos
Mudam-se as luzes, a música
E você molda-se a elas
Como se fossem suas
Mas sua, permanece só a sombra
Que você oculta


Passa-se o tempo e muda a temperatura
E nesse tempo você perde altura
Na fuga de tua alma, de teus traumas
Que com você seguem
Acabam-se os aplausos
E você está novamente nua
Às luzes das mesmas ruas
Que você tanto tentou evitar


Insistente tua alma te persegue
(Pois é tua)
Com fantasmas que desconhece
Mas que a assombram mesmo assim
E eu deste morro observo tua corrida
Teu vai e vem
Nas minhas lágrimas que são tuas
E que não consigo evitar
Como não se evita a alma
Que continua baixinho a chorar

bardo

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